Mesmo com a campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite estendida até o dia 14 de setembro, a cobertura vacinal não atingiu os níveis desejáveis para algumas faixas etárias. De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, cerca de 800 mil crianças ainda não tomaram as vacinas contra as duas doenças. Crianças com idade entre 1 ano e menores de 5 (4 anos e 11 meses) que ainda não receberam as doses devem ser levadas aos postos de saúde para garantir a proteção.
Apesar do esforço do Ministério da Saúde, a média nacional de cobertura de vacinação em sarampo está em 94,7% e em poliomielite, 93,6%. No total, mais de 10 milhões de crianças foram vacinadas com mais de 22 milhões de doses. Na faixa etária de 3 e 4 anos, a cobertura vacinal está acima da meta, com 96,95% para sarampo e 95,44% para poliomielite. A maior preocupação do Ministério da Saúde é com a faixa de 1 ano de idade, cuja cobertura ainda está em 85,45%.
A campanha ocorreu em meio a pelo menos dois surtos de sarampo no Brasil, que atingiu principalmente os estados de Roraima e Amazonas. Para quem não pôde aderir à campanha até o mês de setembro, ainda dá tempo. As vacinas vão continuar sendo oferecidas nos postos de saúde e na rede particular.
Outra vantagem é que este ano, a vacinação será feita de forma indiscriminada, ou seja, todas as crianças dentro da faixa-etária estabelecida serão imunizadas – mesmo as que já estão com o esquema vacinal completo. Neste caso, a criança vai receber um outro reforço.
Doenças erradicadas podem voltar
Poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são algumas das doenças que foram muito comuns no passado e que poderão voltar a provocar surtos, caso as novas gerações não se preocupem em aderir a essas formas de proteção. A vacina é a forma mais eficaz de inibir o reaparecimento dessas doenças.
Sarampo
A doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, é transmitida pela fala, tosse e o espirro. Extremamente contagioso, o sarampo pode ser contraído por pessoas de qualquer idade. As complicações infecciosas podem contribuir para a gravidade do quadro, particularmente em crianças desnutridas e menores de 1 ano.
Para garantir a cobertura total contra o sarampo, todas as crianças de até 5 anos que já tomaram alguma dose das vacinas poderão ser imunizadas. A vacina contra o sarampo usada na campanha é a Tríplice Viral, que protege também contra a rubéola e a caxumba.
Poliomielite
Causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, a poliomielite geralmente atinge crianças com menos de 4 anos de idade, mas também pode contaminar adultos. A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas, e há semelhanças com infecções respiratórias – como febre e dor de garganta – e gastrointestinais – como náusea, vômito e prisão de ventre.
No caso da poliomielite, crianças que nunca tomaram nenhuma dose na vida receberão a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). Já as crianças menores de cinco anos que já tomaram pelo menos uma dose da vacina, receberão apenas a Vacina Oral Poliomielite (VOP), na forma de gotinha.
Adultos
Mesmo não sendo foco da campanha, conforme previsto no Calendário Nacional de Vacinação, adultos com até 29 anos que não tiverem completado o esquema na infância devem receber duas doses da Tríplice Viral e adultos com idade entre 30 e 49 anos devem receber uma dose da mesma vacina. O adulto que não souber sua situação vacinal deve procurar o posto de saúde mais próximo para tomar as doses previstas para sua faixa etária.
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